terça-feira, 23 de outubro de 2012

A PASSOS LENTOS, PREFEITURA INICIA APENAS UMA DAS OBRAS DA COPA


Obras na avenida Alberto Craveiro, no entorno do Castelão, foram retomadas em agosto, após problemas em licitação FOTO: DEIVYSON TEIXEIRA
A um ano e dois meses do prazo previsto para entrega das obras de mobilidade urbana para a Copa do Mundo de 2014, apenas uma das grandes intervenções (túneis e viadutos) começou a ser feita. A obra do primeiro túnel, na rotatória da avenida Paulino Rocha com Alberto Craveiro, iniciou em 29 de setembro último. Até agora, 5% foi executado, segundo a Prefeitura, responsável por essas obras de mobilidade. Falta ainda construir quatro túneis na Via Expressa e mais três viadutos- dois na Parangaba e um no cruzamento da Raul Barbosa com Murilo Borges.
Apesar do muito que ainda precisa ser feito, a Prefeitura garantiu que as obras serão entregues no prazo. “O cronograma estabelecido está sendo executado pela Prefeitura. As obras vão ser entregues, de acordo com o calendário”, reforçou o coordenador do Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor), Daniel Lustosa. Ele citou ainda, que apesar da paralisação das obras, os trabalhos seguem dentro do prazo. Em maio, a Delta Construções S.A pediu rescisão do contrato.
Após três meses de paralisação, a Prefeitura explicou que, durante o período, acelerou o processo de desapropriação e indenização dos imóveis. “Já investimos R$ 4 milhões em desapropriações”, disse Lustosa. Apesar disso, são as desapropriações que mais dificultam o início dos demais túneis e viadutos. As verbas, conforme Lustosa, já estão garantidas.
As empresas, contratadas. Mas, os túneis da Via Expressa, por exemplo, aguardam a definição do impasse entre Prefeitura e Estado para saber quem vai executar tais desapropriações.
O viaduto da Raul Barbosa com Murilo Borges ainda não iniciou porque uma desapropriação, segundo Lustosa, está sendo decidida na Justiça. “Estamos aguardando a decisão judicial para ter a liberação daquela área”. Já para a construção dos viadutos do cruzamento da Dedé Brasil com Germano Frank e com a Osório de Paiva, 149 imóveis foram mapeados e estão em processo de desapropriação.
A previsão é iniciar a obra ainda em novembro. Além das grandes intervenções, como túneis e viadutos, estão previstas também obras de alargamento e recuperação das vias. O POVO percorreu trechos de obras de mobilidade que já iniciaram. O alargamento da Alberto Craveiro, que teve as obras retomadas em agosto, segue avançando, principalmente no sentido Aeroporto-Castelão. Próximo ao Castelão, no sentido oposto, os trabalhos também iniciaram e se juntam ao canteiro de obras do túnel.
Segundo Lustosa, 20% da Alberto Craveiro foi executada. Na avenida Dedé Brasil, a maior parte do asfalto já foi fresado e recapeado. Esta semana começou a padronização das calçadas.
Toda a obra da Dedé Brasil, de acordo com ele, avançou 30%. Na Paulino Rocha, apenas o início, próximo ao Castelão, começou a passar por intervenções como limpeza. Na Via Expressa, a retirada do asfalto antigo e o recapeamento já foram feitos. A sinalização, também.
Fonte: jornal O Povo (Reportagem Gabriela Meneses)

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

ESTRUTURA DO CANTEIRO CENTRAL DA HERÁCLITO GRAÇA ESTÁ PRECÁRIA E PÕE PEDESTRES EM RISCO


Em diversos pontos, o calçamento do canteiro central está destruído e as pedras portuguesas soltas em meio à areia FOTO: DEIVYSON TEIXEIRA
Os pedestres que passam pela avenida Heráclito Graça precisam fazer um verdadeiro malabarismo para transitar pelo canteiro central. Em diversos pontos,o calçamento está destruído e as pedras portuguesas soltas em meio à areia. Os passantes reclamam da estrutura do espaço que deveria ser destinado aos pedestres.O POVO flagrou carros e motos passando por cima do canteiro central, no trecho entre as ruas Barão de Aracati e Idelfonso Albano.
Morador da área, o professor Marcos de Paula conta que o descaso com a estrutura do canteiro prejudica principalmente a passagem de idosos e crianças. “Os obstáculos também prejudicam a circulação. Quase não dá para passar”, reclama. O canteiro é perpassado por muitas árvores e postes, além de ser estreito, chegando ao ponto de o tronco de uma árvore ser mais larga que o próprio canteiro. Para o professor, outro fator que prejudica o deslocamento de pedestres na via são as calçadas estreitas e desiguais.
A esteticista Maria Socorro Rocha sente cada vez mais a dificuldades que os obstáculos trazem para os pedestres. “Já cheguei a tropeçar. Torci o pé por causa disso. Hoje ainda enxergo. Imagine daqui a alguns anos”, revela. A esteticista define como péssimo o estado do calçamento do canteiro. Já a aposentada Francisca dos Santos fala que procura andar devagar por causa do risco de cair. “Fico com medo de passar. Está cheio de buraco e o calçamento está quebrado”, conta.
De acordo com a assessoria de comunicação da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania de Fortaleza (AMC), o trânsito de veículos no canteiro central resulta em multa gravíssima, agravada em três vezes, estando a população ciente da punição. A assessoria informou ainda que a avenida Heráclito Graça recebe fiscalização diária através de ronda com presença constante de agentes da AMC na região.
Licitação
Já a assessoria de comunicação da Secretaria Executiva Regional (SER) II, responsável pelo trecho da avenida Heráclito Graça entre a avenida Barão de Studart e a rua João Cordeiro, informou que existe uma licitação em curso para a reforma do canteiro central da via. Sobre a ocupação irregular das calçadas, a assessoria afirmou que vai enviar fiscais para verificar as denúncias.
O trecho entre a rua João Cordeiro e a avenida Dom Manuel é de responsabilidade da Secretaria Executiva Regional do Centro (Sercefor). Conforme Luciana Castelo Branco, titular da Sercefor, a Prefeitura de Fortaleza já executa nas principais vias da cidade a padronização de calçadas e canteiros centrais.
“A Prefeitura não tem condição de fazer tudo de uma vez por causa do impacto ao trânsito. Quando o alinhamento das calçadas chegar à avenida Heráclito Graça, faremos os canteiros também”, justifica. De acordo com ela, as avenidas Domingos Olímpio, Bezerra de Menezes e Barão do Rio Branco já foram beneficiadas. No entanto, a intervenção na Heráclito Graça ainda não tem previsão de data para ser realizada, segundo a secretária.
Fonte: jornal O Povo (Reportagem Aline Moura)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Falta de sinalização nas ruas causa acidentes diários

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=XKeooD5HAmw7

O cruzamento das ruas Governador Sampaio e Almir Pinto, no Centro, está há mais de três meses sem sinalização. Motoristas e pedestres se arriscam e os acidentes acontecem todos os dias. Veja:http://www.jangadeiroonline.com.br/




DETERIORADA: PRAÇA JOSÉ DE ALENCAR NÃO TEM DATA PREVISTA PARA OBRA


Pedras portuguesas na praça José de Alencar foram arrancadas e estão fora do lugar. O piso irregular dificulta a passagem dos pedestres. Ver alguém tropeçar é cena comum FOTO: MAURI MELO
Na praça José de Alencar, no Centro, o que prende a concentração de grande parte dos transeuntes não são os mágicos de cartola, os engraxates ancorados no espaço ou os vendedores de salgado + suco a R$ 2. A atenção dos passantes é mesmo para as pedras portuguesas, que outrora integravam o piso da praça, mas hoje são obstáculos para a circulação dos pedestres. Em vários pontos, é fácil flagrar tropeços de quem anda na praça.
Gramado seco, plantas mortas, tapumes e monumentos pichados e buracos formados no piso pela ausência das pedras portuguesas completam a degradação do espaço público situado diante do Theatro José de Alencar. A última manutenção da praça aconteceu em abril. A próxima, porém, não tem data para ser feita: “A população faz evento na praça, coloca barraca que tira a pedra portuguesa, picha e quebra os bancos. É aquilo que sempre digo: a população tem que se conscientizar que a Prefeitura faz a manutenção para o povo, mas eles têm que manter”, desabafou a titular da Secretaria Executiva Regional do Centro de Fortaleza (Sercefor), Luciana Castelo Branco.
De acordo com a secretária, a reforma da totalidade da praça será executada após o término da construção da estação José de Alencar pelo Metrô de Fortaleza (Metrofor), iniciada em junho de 2010. O Metrofor não soube precisar em que mês a estação será entregue. Via assessoria de imprensa, o órgão informou que “até o fim do ano” a obra será finalizada.
A estação José de Alencar compõe, com a Chico da Silva e a São Benedito, o trio de paradas subterrâneas que serão entregues simultaneamente pelo Governo do Estado. As três vão integrar o trecho da Linha Sul que ligará o bairro Benfica ao Centro da cidade. Para ser concluída, restam duas fases para a José de Alencar: erguer a estrutura e construir o acabamento.
Insegurança
Na última segunda-feira, O POVO mostrou que um espetáculo em cartaz no Theatro José de Alencar teve sua temporada encerrada antes da data prevista. Uma das razões do cancelamento, segundo os artistas envolvidos, foi a insegurança no entorno do teatro.
Por volta das 9 horas de ontem, não havia policiamento na praça. O posto policial estava vazio. Segundo informações da 5ª Companhia do 5º Batalhão da PM, porém, o policiamento é feito diariamente por uma dupla de policiais. Há reforço de duas viaturas, uma do Ronda do Quarteirão e outra do Policiamento Ostensivo Geral, que patrulham todo o Centro.
O vendedor de coco, Lusimar Belizardo, 49, com um ponto há dois anos na praça, diz que as clientes têm medo de abrir a bolsa ali. Segundo ele, as ocorrências mais comuns são as dos “batedores” de carteira. “De um ano para cá, tem surgido mais esses ladrões. Eles andam bem vestidos, não são os moradores de rua. A gente sabe quem é quem aqui”.
Fonte: jornal O Povo (Reportagem Juliana Diógenes)

MESMO TOMBADAS LAGOAS DA CAPITAL SOFREM COM DEGRADAÇÃO E ABANDONO



O voo das garças e o pôr do sol ainda costumam ser apreciados durante os passeios pelo entorno da Lagoa da Parangaba, cujo espelho d'água ainda sofre com poluição e outros problemas FOTO: EDIMAR SOARES
Os imensos espelhos d’água cravados no meio do vai e vem de carros, nos bairros Parangaba e Messejana, saltam aos olhos de quem passa. Alguns admiram a beleza que ainda se impõe diante da poluição, com um belo pôr do sol e o voo das garças. Outros lamentam a degradação das lagoas. Há ainda os que se fazem uso dos espaços para nadar e pescar. As lagoas de Parangaba e Messejana poderiam ser espaços adequados de contemplação e lazer. Mas há muito estão degradadas e poluídas.
Além da legislação ambiental, as lagoas deveriam ser mais bem protegidas por outro motivo pouco conhecido dos fortalezenses. Os espelhos de água das duas lagoas são tombados pelo Município. A lei municipal nº 6.201, de 27 de maio de 1987, sancionada pela então prefeita Maria Luiza Fontenele, tomba os espelhos d’água ao “Patrimônio Público da Municipalidade”. De acordo com especialistas, tombar um bem natural é uma das alternativas que ajuda a preservá-lo.
“Em 1987, não existia uma regulamentação sobre Unidades de Conservação (lei federal que prevê o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza nº 9.985 de 2002) e sobre as Áreas de Preservação Permanente (APPs, previstas pela resolução 3.030 do Conselho Nacional de Meio Ambiente de 2002). Além disso, não existia um zoneamento do Plano Diretor do Município”, explica o professor Marcelo Oliveira, do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Dessa forma, ele justifica a importância do tombamento das lagoas. Para o arquiteto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Alexandre Jacó, o tombamento está mais relacionado ao valor cultural do que ambiental.
Mas, um bem natural tombado, como necessita de fiscalização para manter as características, acaba sendo também preservado. “O tombamento é uma forma de proteção diferente da ambiental. Mas é lógico que se você tiver uma degradação ambiental daquele bem, ele vai perder qualidade cultural”. Ele exemplificou apontando os monólitos de Quixadá. As pedras são tombadas pelo Iphan. No entanto, se várias construções começassem a ocupar a área, a paisagem perderia muito do original, apontou Jacó.
Problemas
Basta uma visita rápida para verificar a falta de preservação dos espaços. Na lagoa de Parangaba, há também ocupações irregulares no entorno e a feira nunca foi ordenada. “As pessoas jogam lixo. Tem casas que também despejam esgoto para lá”, denuncia a dona de casa Regina Cláudia Sousa, 43, moradora das imediações. Em alguns trechos, há um forte mau cheiro. Na Lagoa de Messejana, também há lixo nas margens ou boiando nas águas.
O porteiro Leonardo da Silva, 31, sabe que a lagoa é suja, mas se arrisca a pescar.“Tem tambaqui, cará, tucunaré. É só limpar e fritar”. Segundo ele, muito lixo também se acumula no fundo da lagoa. “Tem garrafa, vidro, ferro”. Por causa do tombamento, a Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor) diz que tem a responsabilidade de fiscalizar. “A gente faz a fiscalização do bom funcionamento. Da estrutura do espelho d’água, se há ocupações”, explica a coordenação de Patrimônio Histórico-Cultural, Clélia Monasterio.
A execução, no entanto, é de responsabilidade das Secretarias Executivas Regionais (SER). Clélia relata que, quando é necessário, as Regionais são acionadas. E argumenta que, no momento, “não há nada que nós observemos nas lagoas”. Nenhuma das duas Regionais informou se observam a questão do tombamento, quando vão executar alguma ação nas lagoas.
Fonte: jornal O Povo (Reportagem Gabriela Meneses)

FALTA DE CRECHE PARA ATENDER DEMANDA DIFICULTA TRABALHO DAS MULHERES


A segurança de uma creche para cuidar, educar e alimentar os filhos é essencial para que as mulheres se mantenham no mercado de trabalho e possam contribuir com o incremento da renda familiar Foto: Marília Camelo
A creche é um direito da criança e também é uma política pública central que facilita a autonomia econômica das mulheres. Entretanto, a ausência desse serviço na sociedade atual vem se tornando um obstáculo à participação feminina no mercado de trabalho. Em Fortaleza, 10.929 crianças são atendidas em 139 Centros de Educação Infantil (CEIs), sendo 90 municipais e 49 conveniados. No entanto, ainda há uma demanda reprimidaque faz com que algumas mães deixem de trabalhar ou acabem pagando por um serviço privado para seus filhos.
Entretanto, o problema não se restringe somente à Capital. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular / SOS Corpo cujo tema foi: “Creche como Demanda das Mulheres por Políticas Públicas”, publicada nesta semana, entrevistou 800 mulheres que trabalham, com idade entre 18 e 64 anos em nove Estados mais o Distrito Federal, incluindo a Região Metropolitana de Fortaleza, e identificou um cenário muito aquém do ideal.
A pesquisa se baseou em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011 para fazer as comparações. Inicialmente, foi identificado em dez anos um aumento, significativo, das mulheres no mercado de trabalho nas regiões pesquisadas, passando de 34% em 2002 para 43% em 2012. A mesma pesquisa identificou que 10 milhões de crianças estão em idade de frequentar creches (zero a três anos), mas apenas 21% delas estão matriculadas, o que significa que 79% das crianças das regiões pesquisadas não estão frequentando creches.
A diarista Fátima Cavalcante, mãe de João Ítalo, quatro anos, e Yasmim, cinco anos, conta que já passou por muitas dificuldades devido à ausência de creches próximo à sua casa. Ela mora no Castelão e a creche mais próxima, no Dias Macedo, fica distante 5km de sua residência. “Entro no trabalho às 7h e saio às 18h. Diante da dificuldade, a diarista optou por pagar uma creche particular. “Eu conversei com a diretora e ela acabou me dando um bom desconto”.
“Não há como medir demanda”
Segundo a Secretaria Municipal de Educação (SME), não há como mensurar a demanda reprimida por vagas em creches, já que parte das mães optam por deixar seus filhos em casa com cuidadores. A coordenadora da Educação Infantil da SME, Fracineide Pinho, reconhece que o percentual de crianças matriculadas nas creches é pequeno diante do total existente na Capital com idade de zero a três anos.
Contudo, ressalta que a Educação Infantil evoluiu, consideravelmente, em Fortaleza nos últimos sete anos. Segundo ela, em 2005, apenas 5 mil crianças estavam matriculadas em creches, hoje já são quase 11 mil. Conforme Fracineide Pinho, a demanda reprimida por creches está sendo suprida de acordo com os pedidos da comunidade. “Somente este ano já inauguramos duas novas unidades e até o fim do ano vamos inaugurar mais três”, destaca. Para o próximo ano, a coordenadora acrescenta que a construção de novos 15 Centros de Educação Infantil já está sendo licitada. Ainda segundo ela, não há uma lista de espera específica, pois as matrículas nas creches do município são realizadas durante todo o ano.
A assistente social Verônica Ferreira, pesquisadora do SOS Corpo, um dos institutos responsáveis pela pesquisa “Creche como Demanda das Mulheres por Políticas Públicas”, aponta que a falta de creche é um dos principais obstáculos para a autonomia econômica das brasileiras. Ela ressalta que a creche não é apenas um lugar para guardar crianças enquanto as mães trabalham, portanto os Centros de Educação Infantil precisam oferecer um serviço de qualidade do ponto de vista educacional e cognitivo. “O funcionamento das creches existentes não considera a realidade das mulheres no mercado de trabalho. Os horários de funcionamento não são compatíveis com os horários de trabalho das mulheres e com os tempos de deslocamento. Também não considera a realidade daquelas que trabalham à noite ou nos fins de semana”, conclui.
Fonte: jornal Diário do Nordeste (Reportagem Karla Camila)
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