
Pedras portuguesas na praça José de Alencar foram arrancadas e estão fora do lugar. O piso irregular dificulta a passagem dos pedestres. Ver alguém tropeçar é cena comum FOTO: MAURI MELO
Na praça José de Alencar, no Centro, o que prende a concentração de grande parte dos transeuntes não são os mágicos de cartola, os engraxates ancorados no espaço ou os vendedores de salgado + suco a R$ 2. A atenção dos passantes é mesmo para as pedras portuguesas, que outrora integravam o piso da praça, mas hoje são obstáculos para a circulação dos pedestres. Em vários pontos, é fácil flagrar tropeços de quem anda na praça.
Gramado seco, plantas mortas, tapumes e monumentos pichados e buracos formados no piso pela ausência das pedras portuguesas completam a degradação do espaço público situado diante do Theatro José de Alencar. A última manutenção da praça aconteceu em abril. A próxima, porém, não tem data para ser feita: “A população faz evento na praça, coloca barraca que tira a pedra portuguesa, picha e quebra os bancos. É aquilo que sempre digo: a população tem que se conscientizar que a Prefeitura faz a manutenção para o povo, mas eles têm que manter”, desabafou a titular da Secretaria Executiva Regional do Centro de Fortaleza (Sercefor), Luciana Castelo Branco.
De acordo com a secretária, a reforma da totalidade da praça será executada após o término da construção da estação José de Alencar pelo Metrô de Fortaleza (Metrofor), iniciada em junho de 2010. O Metrofor não soube precisar em que mês a estação será entregue. Via assessoria de imprensa, o órgão informou que “até o fim do ano” a obra será finalizada.
A estação José de Alencar compõe, com a Chico da Silva e a São Benedito, o trio de paradas subterrâneas que serão entregues simultaneamente pelo Governo do Estado. As três vão integrar o trecho da Linha Sul que ligará o bairro Benfica ao Centro da cidade. Para ser concluída, restam duas fases para a José de Alencar: erguer a estrutura e construir o acabamento.
Insegurança
Na última segunda-feira, O POVO mostrou que um espetáculo em cartaz no Theatro José de Alencar teve sua temporada encerrada antes da data prevista. Uma das razões do cancelamento, segundo os artistas envolvidos, foi a insegurança no entorno do teatro.
Por volta das 9 horas de ontem, não havia policiamento na praça. O posto policial estava vazio. Segundo informações da 5ª Companhia do 5º Batalhão da PM, porém, o policiamento é feito diariamente por uma dupla de policiais. Há reforço de duas viaturas, uma do Ronda do Quarteirão e outra do Policiamento Ostensivo Geral, que patrulham todo o Centro.
O vendedor de coco, Lusimar Belizardo, 49, com um ponto há dois anos na praça, diz que as clientes têm medo de abrir a bolsa ali. Segundo ele, as ocorrências mais comuns são as dos “batedores” de carteira. “De um ano para cá, tem surgido mais esses ladrões. Eles andam bem vestidos, não são os moradores de rua. A gente sabe quem é quem aqui”.
Fonte: jornal O Povo (Reportagem Juliana Diógenes)
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