terça-feira, 18 de outubro de 2011

IJF x REVEILLON 2012


Ontem, 47 pessoas estavam internadas nos corredores do hospital. Destes, 66% são vítimas de acidentes

Réveillon 2012

Luizianne Lins já bateu o martelo com Ivete Sangalo para animar o Réveillon de Fortaleza, e quem sai ganhando
são os fortalezenses, que poderão entrar o ano com o pé direito no Aterro da Praia de Iracema. Além da musa
baiana, também já estão confirmados, na festa da Virada, Mona Gadelha e Raimundo Fagner. Agora, só resta a
prefeita definir se o Kid Abelha ou o Barão Vermelho irá dividir o palco com essa turma estrelada. Também no
click, José Pimentel, Honório e Carla Pinheiro



Ontem, 47 pessoas estavam internadas nos corredores do hospital. Destes, 66% são vítimas de acidentes

Em 79 anos de história, os problemas no Instituto Doutor José Frota (IJF) são recorrentes. Unidade superlotada,
com macas espalhadas pelos corredores e atendimento precário. Para se ter uma ideia, segundo a direção do
hospital, 47 pacientes estão nos corredores da unidade. Desses, 66% são pessoas acima de 65 anos, vítimas
de traumas. Dos 405 leitos, 70% são ocupados por pessoas envolvidas em algum tipo de acidente de trânsito e
52% são pacientes provenientes do Interior.

O quadro demonstra que o Frotão, referência no atendimento de traumas, continua sobrecarregado, operando na
sua capacidade limite. Casemiro Dutra, diretor executivo do IJF, explica que, inicialmente, a unidade foi criada para
atender o fortalezense, mas está se firmando como hospital terciário de pronto atendimento.

Para diminuir a sobrecarga, ele sugere que sejam construídos hospitais no Interior, o que daria maior autonomia
às regiões. "Na medida que a gente divide esse atendimento terciário, encurta as distâncias que o paciente tem
de percorrer e melhora a qualidade do atendimento", frisa.

Drama

A dona de casa Maria Eliane Martins, 59 anos, desde a última sexta-feira está acompanhando a mãe, de 84 anos,
que sofreu uma queda e fraturou o fêmur. Ela é uma das 47 pessoas que estão nos corredores do Frotão, em
condições precárias, aguardando por uma cirurgia. "É muita gente para ser atendida, vindo de todo canto, por isso
fica difícil ter um bom atendimento. Tem muita gente nos corredores, porque falta enfermaria. Os governantes
deveriam investir mais na saúde pública, pois está um descaso".

A agricultora Santana Rodrigues de Oliveira, 38 anos, de Pacajus, estava ontem, do lado de fora da emergência,
com seu companheiro, o auxiliar de produção Ademilson Ferreira da Silva, 24 anos, que no último domingo sofreu
um acidente de moto. Eles chegaram ao hospital às 23 horas, mas na manhã de ontem, ainda não haviam sido
atendidos. Santana conta que foi ao IJF, porque além de ser um hospital referência, é a única opção que possuem,
mas reclama que o atendimento deixa muito a desejar.

Dutra explica que existem dois pilares de pacientes no IJF: o jovem que se acidenta, principalmente de moto; e o
idoso acima de 65 anos, que sofre de queda da própria altura e geralmente quebra o fêmur.

Nesse último caso, um agravante é que são pacientes com várias patologias associadas, como hipertensão,
diabetes e osteoporose, que demandam maior atenção. Entre as pessoas vítimas de acidentes de trânsito, 60%

possui entre 15 e 45 anos e compõem a população economicamente ativa.

"São pacientes graves, que normalmente saem com sequelas e vão engrossar as fileiras do sistema previdenciário brasileiro. Até os 70 anos, o governo irá bancar esse paciente, o que é um problema que precisa ser trabalhado",
alerta o diretor executivo. Ele destaca que algumas soluções para a saúde e para o IJF não estão no hospital, mas
na sociedade, na maneira de se conviver e de se portar no trânsito. "Nesses 79 anos, o José Frota vem fazendo o
trabalho dele. Já salvou milhares de vidas e vai continuar salvando, tentando cada vez melhorar".

Após 11 anos trabalhando no IJF, o médico otorrino Alan Melk, avalia que, em termos de demanda, a situação do
Frotão piorou bastante, em virtude do aumento da frota de motos, do alcoolismo e porque os hospitais do interior continuam levando pacientes para o Frotão sem necessidade, que não são do perfil da unidade. "Fica difícil fazer
um atendimento de boa qualidade numa situação dessas. A população não enxerga isso e acaba culpando
primeiramente os médicos e até mesmo o corpo de enfermagem, que é quem está diretamente lidando com eles".

Para desafogar o Frotão, o médico afirma que seria necessário a construção de um novo hospital de emergência
em Fortaleza ou na Região Metropolitana. "Já está provado que só a reforma que foi feita na emergência não foi
muito efetiva em termos de diminuir a demanda de pacientes".

Melk sugere que seja feito um investimento maior em materiais, para que os profissionais possam trabalhar com
maior qualidade. "Faltam alguns materiais e uma campanha de conscientização, para prevenir os acidentes de
trânsito".

Demanda

70% Dos 405 leitos são ocupados por pessoas envolvidas em algum tipo de acidente de trânsito e 52% são
pacientes provenientes do Interior

OPINIÃO DO ESPECIALISTA
O Estado precisa de ´outro Frotão´

Depois de 18 anos trabalhando nesta instituição, o que eu posso avaliar é que o IJF é um hospital que tem papel fundamental para a população de Fortaleza, do Ceará como um todo, e até de outros Estados, porque alberga um
volume grande de pacientes que são trazidos desses locais e é o suporte que a população tem de bom. Mesmo
com todas as dificuldades que o sistema público de saúde possui, é um escape grande, um presente, digamos
assim, que a população tem para poder usufruir dos bens da saúde, se é que a gente pode dizer que eles existem.

O Frotão, o corpo de funcionários faz de tudo para atender a todos. Para melhorar, talvez fosse preciso que tivesse
no mínimo outro IJF em Fortaleza ou na Região Metropolitana, porque, sozinho, o Frotão "dá conta", entre aspas,
"dá conta" na medida do possível. Se tivesse outro, não vou dizer que ficaria tranquilo, mas ajudaria bastante a
desafogar o hospital, e até para melhor atender a população.

Fernando Delgado
Chefe de equipe do IJF


EMERGÊNCIA
Unidade não dispõe de heliponto

Um ponto que preocupa a população e chama atenção pela morosidade é o heliponto do Instituto Dr. José Frota.
Ele começou a ser construído em fevereiro de 2008, com prazo para término de três meses. Porém, três anos e
sete meses se passaram e até o momento o heliponto ainda não foi entregue. Em casos de emergência, que seja necessário o salvamento aéreo, o local de pouso continua sendo a Praça Clóvis Beviláqua.

Ontem, a direção do hospital informou que 85% do heliponto está concluído, mas ainda resta a construção da
rampa de acesso e a montagem dos elevadores. A direção do Frotão aguarda que o Ministério da Saúde libere
a última parcela de recursos financeiros.

LUANA LIMA
REPÓRTER


Yesterday, 47 people were hospitalized in the hospital corridors. Of these, 66% are victims of accidents

In 79 years of history, the problems in Dr. José Frota Institute (IJF) are recurrent. Unit crowded with stretchers spread by runners and poor. To get an idea, according to the direction of the hospital, 47 patients are in the corridors of the unit. Of these, 66% are people over 65 years, victims of trauma. Of the 405 beds, 70% are occupied by people engaged in some type of traffic accident patients and 52% are from the Interior.

The table shows that the Frotão, a reference in trauma care, still overloaded, operating at its capacity limit. Casimir Dutra, executive director of the IJF, explains that, initially, the unit was created to meet the Fortaleza, but is establishing himself as a tertiary hospital emergency care.

To reduce overhead, it suggests that hospitals are built in the interior, which would give greater autonomy to the regions. "To the extent that we share this tertiary care, shortens the distance that the patient has to travel and improve the quality of care," she emphasizes.

Drama

Housewife Maria Eliane Martins, 59, since last Friday is accompanying the mother, 84, who suffered a fall and fractured his femur. She is one of 47 people who are in the corridors of Frotão in precarious conditions, waiting for a surgery. "It answered a lot of people to be coming from everywhere, so it is hard to be a good service. There are many people in the hallways because they lack the ward. The government should invest more in public health since it is a contempt."

The farmer Santana Rodrigues de Oliveira, 38, Pacajus was yesterday, outside of emergency, with his companion, a production assistant Ademilson Ferreira da Silva, 24, who on Sunday suffered a motorcycle accident. They arrived at the hospital at 23 hours, but yesterday morning, had not been met. Santana says he was the IJF, because besides being a referral hospital, is the only option they have, but complains that the service leaves much to be desired.

Dutra explains that there are two pillars of the IJF patients: the young man who has an accident, especially a motorcycle, and the elderly over 65 years, suffering from falling from a height and usually breaks the femur.

In the latter case, an aggravating factor is that patients are associated with various diseases such as hypertension, diabetes and osteoporosis, which require more attention. Among the victims of traffic accidents, 60% between 15 and 45 and make up the economically active population.

"It's critically ill patients, who usually come out with sequels and join the ranks of the Brazilian social security system. Even 70 years, the government will back this patient, which is a problem that needs to be worked," says the executive director.He notes that some solutions to the health and the IJF are not in the hospital, but in society in the way we live and behave in traffic. "In these 79 years, Joe Fleet is doing his job.'ve Saved thousands of lives and will continue saving, increasingly trying to improve."

After 11 years working in the IJF, the ENT doctor Alan Melk, estimates that in terms of demand, the situation worsened Frotão enough, due to the increase of the fleet of motorcycles, alcoholism and the interior because hospitals continue to take patients to the Frotão without, which are not the profile of the unit. "It is difficult to make a good quality of care in this situation. The population does not see it first and ends up blaming the doctors and even the body of nursing that is who is directly dealing with them."

To relieve the Frotão, the doctor said it would take to build a new hospital or emergency in Fortaleza Metropolitan Region. "It has been demonstrated that only reform that was completed in the ER was not very effective in terms of reducing the demand of patients."

Melk is done suggests that a greater investment in materials, so that professionals can work with higher quality. "There are some materials and an awareness campaign to prevent traffic accidents."

Demand

70% Of the 405 beds are occupied by people involved in some kind of traffic accident patients and 52% are from the Interior

Expert Opinion
The state needs 'other Frotão'

After 18 years working in this institution, I can assess is that the IJF is a hospital that has a fundamental role for the population of Fortaleza, Ceará as a whole, and even other states, because it houses a large volume of patients are brought from these locations and is the support that the population is good. Even with all the difficulties that the public health system has, is a great escape, a gift, so to speak, that people have to be able to use the goods of health, if we can say that they exist.

The Frotão, the general staff does everything to suit everyone. To improve, that it may have had at least another or the IJF in Fortaleza Metropolitan Region, because, alone, Frotão "realizes" quotation marks "realize" as far as possible. If I had another, I'm not saying I would be quiet, but enough to help relieve the hospital, and even to better serve the population.

Fernando Delgado
Chief of Staff of the IJF

EMERGENCY
Unit does not have a helipad

One issue of concern to the population and calls attention to the helipad is the slowness of the Institute Dr. José Frota. He began construction in February 2008 with deadline for completion of three months. But three years and seven months have passed and yet the helipad has not yet been delivered. In emergency cases, it is necessary to rescue air, the landing site remains the Square Clovis Bevilaqua.

Yesterday, the hospital board reported that 85% of the helipad is completed but remains the construction of access ramp and installation of lifts. The direction of Frotão waits for the Ministry of Health to release the latest installment of funds.

LIMA LUANA
REPORTER

Um comentário:

  1. FORTALEZA BEAL = FESTAS, FESTAS ,FESTAS
    IJF = DESCASO, ABANDONO, DESBOCHE..

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