
As macas estão espalhadas pela recepção. São mais de 70 pacientes atendidos de forma improvisada no setor de emergência do Hospital Geral de Fortaleza (HGF). A permanência desses pacientes nessa situação gira em torno de sete dias. Alguns recebem alta sem nunca ter passado por um leito clínico.
O pai da doméstica Maria de Fátima Souza, 45, recebeu o medicamento intravenoso no corredor principal do HGF. “Ele teve alta, mas não chegou nem a ir para a enfermaria. Ficou o tempo todo na maca, junto a esse monte de paciente, no meio do hospital”, reclamou.
Um funcionário, que preferiu não se identificar, comentou que a variedade de casos acaba comprometendo a saúde dos pacientes e acompanhantes. “Ficamos todos vulneráveis a essa alta demanda de pacientes. Parece um hospital de guerra”.
No HGF, são 108 leitos na emergência. Porém, o número é insuficiente para atender toda a demanda. Segundo o chefe da emergência do hospital, Romel Araújo, muitos dos casos poderiam ser resolvidos nas unidades de média complexidade. “A demanda de pacientes nos hospitais terciários é grande porque há carência no atendimento na rede básica e secundária”, avalia.
Na manhã da última quarta-feira, foram 116 atendimentos na emergência. Desse total, 31 foram referenciados para a rede primária. Outros 24 para a rede secundária. O presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), José Maria Pontes, aponta uma série de fatores que contribuem para essa situação. “É preciso melhorar o atendimento na rede secundária, aumentar o número de leitos nos hospitais, contratar mais médicos e melhorar a saúde no Interior”.
Rede de apoio
Diante da situação crítica na emergência do HGF, foi estabelecido um fluxograma de processos para a criação de uma rede de apoio. Desde março, uma parceria com outros hospitais de alta complexidade, ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS) - Waldemar de Alcântara, Batista e Fernandes Távora -, ajuda a reduzir os impactos na emergência.
“Nenhum hospital tem capacidade para atender toda essa demanda. Por isso, cada um avalia de que forma pode ajudar, ou seja, quantos leitos pode disponibilizar”, explica. A prioridade é para os pacientes que ficam nos corredores do hospital.
Em média, por plantão, o hospital Waldemar de Alcântara disponibiliza de dez a 12 leitos clínicos e cirúrgicos. O Hospital Batista, de três a quatro leitos; e o Fernandes Távora, cinco. “Estamos tentando melhorar a condição do paciente. Não adianta ter leito se não for resolutivo”, diferencia Romel.
O chefe da emergência do HGF lembra que, antes da criação dessa rede de apoio, o número de atendimentos na emergência era ainda maior. “Antes, ficavam aproximadamente 140 pacientes nos corredores”. A previsão é que novas unidades de saúde sejam integradas, como o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) e a Santa Casa de Misericórdia.
SAIBA MAIS
O tempo definido para a linha do cuidado no serviço de emergência é de até 24 horas.
Após este período, segundo o Ministério da Saúde, fica sob a responsabilidade da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) remanejar os pacientes internados no serviço de emergência, que são residentes em fortaleza, para outras unidades.
Pesquisas sobre a demanda de serviços relacionados à saúde apontam que 63% são destinados à clínica básica, 15% ao serviço de urgência, sendo 12% de urgência clínica e 3% traumas e pré-hospitalares, e 22% para consultas especializadas.
O Ministério da Saúde afirma que o ideal seria de 2,5 a 3 leitos para cada mil habitantes.
Viviane Gonçalves
vivi@opovo.com.br
MAIS UM EXEMPLO DA FORTALEZA bela..., SEM MAQUIAGEM
ResponderExcluirLitters are scattered throughout the reception. More than 70 patients seen in a makeshift emergency room in the General Hospital of Fortaleza (HGF). The permanence of these patients in this situation revolves around seven days. Some are discharged without ever having undergone a medical bed.
ResponderExcluirThe father of Maria de Fatima domestic Souza, 45, received the drug intravenously in the main hallway of HGF. "He was discharged, but did not begin to go to the infirmary. It was all the time on the table next to that lot of patients in the middle of the hospital, "he complained.
An employee, who preferred to remain anonymous, commented that the variety of cases can compromise the health of patients and caregivers. "We are all vulnerable to this high demand of patients. It looks like a war hospital. "
HGF are 108 beds in the emergency. However, the number is insufficient to meet all the demand. The head of the hospital emergency room, Romel Araujo, many of the cases could be resolved in units of average complexity. "The demand of patients in tertiary hospitals because there is great shortage in attendance in primary and secondary network," he says.
On the morning of Wednesday, 116 were emergency care. Of this total, 31 were referred to the primary network. Another 24 to the secondary network. The president of the Association of Physicians of Ceará (Simec), Jose Maria Bridges, outlines a series of factors that contribute to this situation. "We need to improve care in the secondary network, increase the number of hospital beds, hire more doctors and better health in the Interior."
Network support
Given the critical situation in the emergence of HGF, we established a flow chart of processes for creating a support network. Since March, a partnership with other hospitals of high complexity, related to the Unified Health System (SUS) - Waldemar de Alcântara, Batista and Fernandes Tavora - helps reduce the impact on emergency.
"No hospital has the capacity to meet all this demand. Therefore, each evaluation form that can help, ie how many beds can provide, "he explains. The priority is for patients staying in hospital corridors.
On average, per shift, the hospital provides Waldemar de Alcântara ten to 12 medical and surgical beds. The Baptist Hospital, three to four beds, and Fernandes Tavora, five. "We are trying to improve the patient's condition. No use having bed if not resolving, "Romel apart.
The head of the emergence of HGF remember that before the creation of this support network, the number of emergency care was greater. "Before, they were approximately 140 patients in the hallways." It is expected that new health facilities be built, as the Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) and Santa Casa de Misericordia.
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The time set for the line of care in the emergency department is up to 24 hours.
After this period, the Ministry of Health, is the responsibility of the Municipal Health Secretariat (SMS) relocating patients admitted to the emergency department, who are resident in the fortress, to other units.
Research on the demand for health-related services indicate that 63% is for basic clinical, 15% to the emergency department, 12% of emergency trauma clinic and 3% and pre-hospital and 22% for specialty visits.
The Ministry of Health states that the ideal would be 2.5 to 3 beds per thousand inhabitants.