A falta de pagamento dos terceirizados da rede municipal de saúde tem prejudicado o atendimento à população. Como ainda não receberam o salário de outubro, muitos funcionários contratados pelo Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Apoio à Gestão em Saúde (IDGS), lotados em diferente serviços de saúde da Prefeitura, decidiram cruzar os braços. Na manhã de ontem, O POVO percorreu seis unidades de saúde para saber como estava o atendimento. Em quatro, houve problemas de espera ou de falta de profissionais para atender.
No Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), no Centro, desde segunda-feira não havia atendimento no ambulatório. Nem entrega de remédios na farmácia. Na manhã de ontem, apenas duas pessoas estavam no local, no acolhimento. Segundo informações da coordenação, 41 funcionários são terceirizados. Apenas 22 são funcionários públicos.
No Montese, no Centro de Saúde da Família Ocelo Pinheiro, os pais se surpreendiam ao tentar vacinar os filhos. A balconista de supermercado, Socorro da Costa, 38, levou o pequeno Luís Otávio Costa, de um ano e cinco meses, para se imunizar. Ele já estava com algumas vacinas atrasadas. Mas não conseguiu.
“Não tem ninguém para vacinar meu filho. Disseram que vai vir outra pessoa para vacinas. Mas não posso esperar”, disse Socorro, apressada para ir ao trabalho. Na edição de ontem, O POVO mostrou que uma outra mãe não conseguiu vacinar o filho no mesmo posto.
Na manhã de ontem, O POVO procurou a coordenação do posto, mas ninguém estava no momento. Ao tentar contato por telefone, somente a assistente técnica da coordenação, Natália Regina, atendeu. Ela reconheceu que o ritmo “não estava normal”, por causa das paralisações.
No Centro de Saúde da Família Carlos Ribeiro, no Jacarecanga, o atendimento começou atrasado. Uma fila aguardava a chegada de uma técnica em enfermagem para começar a verificar a pressão. “Sempre venho verificar a pressão, me consultar. Mas é ruim ficar esperando”, disse a dona de casa Geralda Rodrigues, 64.
No Centro de Saúde da Família Anastácio Magalhães, no Rodolfo Teófilo, e no Centro de Saúde da Família Dr. Edmar Fujita, no Dias Macedo, o atendimento estava normal. No Rodolfo Teófilo, no entanto, segundo a chefe do setor de marcação de consultar, Expedita Maria de Souza, os terceirizados disseram que se não fossem pagos até sexta-feira poderiam paralisar.
Manifestação
No Frotinha da Parangaba, os terceirizados fizeram uma manifestação. Por causa disso, o atendimento ficou lento. A Prefeitura, por meio da Coordenadoria de Comunicação, disse que não existe um “problema generalizado”, “de colapso no atendimento”. Garantiu ainda que, nas unidades de saúde em que há paralisações, o serviço não chega a ficar comprometido. “Nem todos os terceirizados são do IDGS”. (Gabriela Meneses e Juliana Diógenes)
ENTENDA A NOTÍCIA
A paralisação dos terceirizados da saúde tem prejudicado o atendimento. Segundo os funcionários, o pagamento de outubro ainda não foi depositado. Prefeitura garante que não há “problema generalizado” na saúde.

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