
O Rio Maranguapinho sofre com a grande quantidade de aguapés , sacolas plásticas, garrafas pets e até restos de móveis Foto: Alcides Freire
É o caso da dona de casa Neodemia de Oliveira, 62 anos, que já teve a casa alagada após uma forte chuva, que gerou o transbordamento do Canal do Lagamar.“Isso aqui deveria ser drenado para evitar o acúmulo de água”, opina.
No local, conforme moradores da região, a mesma cena ocorre há meses. No trecho próximo à Avenida Raul Barbosa, a grande quantidade de aguapés se juntam ao lixo nas margens do equipamento, completando o cenário de sujeira. Quem reside próximo ou passa com frequência por lá reclama, sobretudo, do mau cheiro causado pela poluição.
A operadora de caixa Sílvia Helena Ferreira, 33 anos, diariamente, precisa passar ao lado do canal. De acordo com ela, o forte mau cheiro causado pela sujeira é sentido praticamente durante todo o dia, gerando preocupação em relação à saúde de toda a família. “Às vezes, perco até a fome”, ressalta.
Já a dona de casa Guilhermina Xavier, 25 anos, atribui a sujeira à própria população, que joga lixo no local. “A Prefeitura limpa, mas o povo não ajuda. O pior é que os prejudicados são eles”.
No Rio Maranguapinho, no bairro Antônio Bezerra, a situação é ainda pior, já que é grande a quantidade de lixo espalhado nas águas e nas margens. Além dos aguapés, sacolas plásticas, embalagens de alimentos, garrafas pet e até restos de móveis integram o ambiente. A catadora de recicláveis Iracema dos Santos, 48 anos, acredita que não há limpeza no local desde o início do ano, e que todo tipo de lixo é jogado nas águas. “Nesta semana, veio um rapaz e jogou um bezerro morto. Assim, não tem condições de ficar limpo”.
Conscientização
No Rio Cocó, a situação é similar, já que lá também é grande presença de aguapés nas águas. Visando promover uma conscientização sobre a preservação das áreas naturais, a Coordenadoria de Educação Ambiental e Articulação Social (Coeas) e a Coordenadoria de biodiversidade (Cobio), ambas vinculadas ao Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Copam), promoveu, na última terça-feira, o Dia da Consciência Limpa. Ao todo, 60 estudantes da Escola Padre Rocha participaram de um curso sobre resíduos sólidos.
O gestor do Parque Ecológico do Rio Cocó, Ramon Donatti, explica que o processo de limpeza do Rio deverá ser lento e difícil, já que o manancial está com muito lixo no fundo. Segundo ele, o rio precisa passar por um processo de dragagem, ação que fugiria da alçada da gerência do Parque do Cocó.
Em contato com a Secretaria de Cidades, a gerente do projeto Rio Cocó, Tereza Aguiar, esclareceu que o processo de dragagem do Rio, que faz parte do projeto de urbanização do Rio Cocó, teve início no mês de julho e com um prazo de realização, em sua extensão total, de 22 meses.
Ainda conforme a Secretaria, o Rio Maranguapinho também passa por um processo de urbanização, que inclui o trabalho de dragagem. Ao todo, a extensão do manancial foi dividida em cinco trechos, e em três deles os trabalhos já foram iniciados.
Sobre o Canal do Lagamar, o Distrito de Meio Ambiente da Secretaria Executiva Regional (SER) VI explicou que a limpeza foi feita da BR- 116 até a ponte da Rua Capitão Olavo. A próxima etapa, conforme o órgão, segue programação que é concluída visando à limpeza dos 39 canais e priorizando as áreas que apresentam mais riscos.
A Regional acrescentou, ainda, que se encontra em realização parte da limpeza com uma máquina retroescavadeira, e que a expectativa para o fim dos trabalhos é até o início da próxima quadra invernosa.
Fonte: jornal Diário do Nordeste (Reportagem Renato Bezerra)
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