segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Fortalezenses torcem pela revitalização dos logradouros, para que tenham um local de lazer perto de suas casas

Fortaleza tem 13 parques urbanos. Destes, poucos são os que podem ser utilizados pela população. Os logradouros Rachel de Queiroz, Guararapes, Parreão e Rio Branco são exemplos de locais onde o matagal tomou grandes proporções, as calçadas estão quebradas, o lixo acumulado cria mau cheiro ou os ladrões levam medo às pessoas.

Abandonado. Esse é o estado em que se encontra o Parque Rachel de Queiroz, no bairro Presidente Kennedy. O matagal que cobre todo o parque assusta qualquer um, devido ao seu tamanho e extensão. As calçadas estão parcialmente destruídas, tomadas pelo mato ou cobertas por lixo. Andar pelo parque é uma tarefa bastante complicada.

Segundo o comerciante, Leandro Ferreira, o local parece mais um depósito de lixo. "Todos os dias vemos pessoas jogando entulho por aqui. O mau cheiro fica insuportável", reclamou.

Já o ajudante de equipamentos Robério Oliveira disse que não costuma passar pelo Parque Rachel de Queiroz devido ao risco de assaltos. "A qualquer hora do dia os ladrões estão agindo".

O vice-presidente da Associação dos Moradores Amigos do Bosque (Amab), Ronaldo Ferreira Pessoa, explicou que há cerca de 15 anos os moradores do Bairro Guararapes lutam para que ninguém invada ou jogue lixo no Parque Guararapes. "O logradouro é o bem de maior valor de quem mora por aqui. Mas infelizmente temos um local sem calçada, iluminação e segurança", afirmou o vice-presidente.

Ele comentou que não acredita em mudanças no local, principalmente depois que a Amab desenvolveu um projeto para a revitalização do local. Mas, devido a falta de verba da Prefeitura não pode ser realizado.

Travessia perigosa

No Parque Parreão, localizado no Vila União, existem várias irregularidades na calçada. No local não existe pontes para que as pessoas passem de um lado até o outro do canal. Moradores improvisaram duas tabuas de madeira na parte baixa do canal. Idosos e crianças têm dificuldade em fazer a travessia.

A sensação de perigo é um dos maiores problemas dos frequentadores do Parque Rio Branco, no Bairro Piedade. O aposentado, Augusto Farias, ressalta que muitas pessoas relatam várias historias de assaltos ou de uso de drogas no local. "Além disso, muitas motocicletas passam por aqui. Isso é um perigo, alguém pode ser atropelado".

O diretor do Departamento Técnico de Urbanização da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb), José Wilmar da Silveira, informou que os parques administrados pela Emlurb têm gerente, garis e vigias. A Prefeitura tem planos para reurbanizar o parque Rachel de Queiroz.

Desde do último dia 25, duas duplas de soldados da Polícia Militar fazem a segurança do Parque Rio Branco. Placas proibindo o tráfego de motos também já foram solicitadas para a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC).

Áreas verdes

2,3%

Do território de Fortaleza é composto de praças, parques e áreas verdes. De acordo com o mais recente relatório da Prefeitura Municipal.

13

Parques urbanos fazem parte da área verde da Capital. A Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb) é responsável pela manutenção.

Logradouros servem como espaço para socialização

Cada vez mais as pessoas se conectam através da internet, utilizando e-mails ou as redes sociais. Nessa época de informatização, os parques surgem como uma boa opção para as pessoas que procuram se conectar ao mundo físico.

"Não podemos prescindir de espaços de socialização para além daqueles virtuais, sejam parques, praças, ou outros espaços livres que nos coloquem em contato com as maravilhas e incertezas do mundo físico, uma vez que é nele onde efetivamente nos formamos cidadãos", afirmou a Arquiteta e Urbanista e professora e pesquisadora da Universidade de Fortaleza (Unifor), Fernanda Rocha.

Ela destacou que qualquer pessoa pode observar o descaso do poder público tanto na manutenção dos espaços livres existentes, quanto na implementação de novas oportunidades em Fortaleza. "Claro que não podemos eximir os cidadãos de suas responsabilidades no cuidado com os parques, mas sempre que são oferecidos espaços de qualidade e em consonância com as reais aspirações dos usuários, esta apropriação se dá de modo mais efetivo e com mais zelo".

Para modificar essa situação, ressaltou Fernanda, é necessário antes de tudo a consciência da importância destes espaços. "Trata-se, portanto de uma questão de educação, cultura e, sobretudo de vontade política de implementação de melhorias reais", explicou.

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