terça-feira, 22 de maio de 2012
2º ANO FUNDAMENTAL Capital é a segunda pior do CE em aprendizagem 22.05.2012
Fortaleza fica à frente apenas do município de Parambu; alfabetização no Estado teve evolução, diz Spaece
No ano passado, 81,5% das crianças cearenses aprenderam a ler e a escrever até os sete anos de idade. No entanto, o Estado ainda tem um longo caminho a seguir para obter proficiência adequada em Língua Portuguesa e Matemática até o 5º ano do Ensino Fundamental. Dos 184 municípios, apenas em 12 os alunos estão em nível considerado adequado de aprendizagem nas duas disciplinas. Fortaleza é a segunda pior cidade neste quesito entre estudantes do 2º ano.
É o que aponta o resultado do Sistema Permanente de Avaliação Básica (Spaece), em sua vertente Spaece/Alfa, que inclui os programa Alfabetização na Idade Certa (Paic) e Aprendizagem na Idade Certa (Paic +5), da Secretaria da Educação do Ceará (Seduc).
Entre os municípios com melhores médias no Paic/2011 entre alunos do 2º ano, estão Nova Olinda, Abaiara e Mucambo. Entre os piores desempenhos, Fortaleza aparece na penúltima colocação, com apenas 89,9 pontos contra 282,4 do melhor colocado. Parambu é o último da lista. No Spaece-Alfa de 2010, a Capital ocupava o 181º lugar, ou seja, caiu duas posições.
Considerados os dados dos alunos do 5º ano, a Capital ficou na posição 105 do ranking, com 120,2 pontos contra 269,1 de Mucambo, o primeiro colocado.
De acordo com o Spaece, 244.785 crianças matriculadas no 2º e 5º ano do Ensino Fundamental de 4.519 escolas públicas foram avaliadas em 2011. O resultado no Paic indica que 18,5% desse total ainda não sabem ler e nem escrever. "Um avanço considerável, já que, em 2007, quando começamos com o sistema de avaliação, o percentual de alfabetização nesse idade era de 40%. Hoje, temos o desafio de alfabetizar 12 mil crianças que saíram do 2º ano sem ler e nem escrever corretamente", afirma a titular da Seduc, Izolda Cela.
A secretária avaliou que não se pode criticar a posição de Fortaleza no ranking dos municípios. Para ela, o tamanho da rede e a sua complexidade não podem ser comparadas com cidades menores. "Além disso, a Capital melhorou em relação ao ano passado", analisa.
A apresentação dos resultados 2011 do Spaece/Alfa aconteceu na manhã de ontem, na sede da Seduc, e reuniu comitivas dos municípios, prefeitos, governador Cid Gomes e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Segundo a avaliação, no ano passado, nas turmas de 2º do Ensino Fundamental, a média alcançada foi de 177,1 pontos, um crescimento com relação a 2010, que teve média de 162,6 pontos. Em 2007, ano da implantação do Paic, a média era de 118,9.
Avaliação
A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, afirmou que houve uma melhora acentuada na performance da cidade no Paic e Paic+5. Sobre a queda de posição da Capital, Luizianne afirma que este número deve ser analisado levando-se em conta o fato de que, além de possuir a maior rede pública do Estado, Fortaleza, durante a sua gestão, ganhou mais escolas de nível desejado e suficiente conforme a escala.
Segundo a prefeita, em 2007, 14 escolas tinham condição desejável. "Em 2011, esse número pulou para 55. Com relação à alfabetização na idade certa, saímos de 45 para 139 escolas em nível adequado de ensino", diz.
Luizianne ainda explica que, no começo de sua gestão, encontrou grande número de anexos e, atualmente, construiu escolas, investiu em concurso público e capacitação de professores.
Programa inspira Ministério da Educação
Os resultados obtidos com o Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic) inspirou o Ministério da Educação a criar o Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (Pnaic). O anúncio foi feito pelo titular da pasta, Aloizio Mercadante, durante solenidade da apresentação do Spaece, no Cambeba.
De acordo com o ministro, o programa cearense é "admirável" e serve como referência para ajudar a combater as desigualdades regionais e garantir um futuro melhor para todos. "Vamos fazer isso o quanto antes, porque o exemplo é nobre e tem alcançando um resultado ótimo", afirmou Mercadante.
Os resultados do Spaece, frisa a coordenadora do programa, Márcia Campos, possibilitam a construção de um indicador, IDE-Alfa, das habilidades de leitura dos estudantes do 2º ano.
Em relação ao 5º ano, é o IDE-5 que expressa o desempenho em Língua Portuguesa e Matemática dos alunos da rede pública. Ambos fornecem a base para políticas de incentivo e redistribuição de recursos financeiros entre os municípios e as escolas. A avaliação foi realizada pelo Caed-UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) e é aplicada no fim de cada ano letivo.
Os resultados possibilitam identificar o nível de proficiência em leitura de cada estudante. A escala da alfabetização (2º ano) é constituída por cinco níveis, representados pelas seguintes pontuações e cores diversificadas: abaixo de 75 pontos - alunos não alfabetizados (cor vermelha); de 75 a 100 - alfabetização incompleta (cor laranja); de 100 a 125 - alfabetização intermediária (cor amarela), de 125 a 150 - suficiente(cor verde-clara), e 150 e mais - nível desejável(cor verde-escuro).
Os resultados do 5º ano, por sua vez, são identificados a partir de quatro níveis de desempenho reconhecidos, sendo para Língua Portuguesa: até 125 pontos - muito crítico(cor laranja); de 125 até 175 - crítico(cor amarela); de 175 até 225 - intermediário (cor verde-clara), e, acima de 225 - nível adequado(cor verde-escuro).
Para Matemática, os níveis de desempenho dos alunos do 5º ano são expressos através dos seguintes níveis: até 150 pontos - muito crítico(cor laranja); de 150 até 200 - crítico(cor amarela); de 200 até 250 - intermediário(cor verde-clara), e acima de 250 - nível adequado(cor verde-escuro).
LÊDA GONÇALVES
REPÓRTER
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