Pouco a pouco, os comerciantes foram deixando o Mercado da Aerolândia, restando apenas três FOTO EDIMAR SOARES

Grades enferrujadas, telhado quebrado e paredes sujas. Essa é a atual caracterização do Mercado da Aerolândia, tombado em 2008 pela Prefeitura de Fortaleza. A revitalização do prédio está em fase de planejamento e as obras não tem previsão para começarem.
Rogério Almeida, paraibano que passa as férias em Fortaleza, visitou o mercado na terça, 22, e avaliou o estado em que se encontra o local como “deplorável”. O turista diz que incomodou-se tanto com o abandono e a falta de higiene do lugar que acabou não comprando nada.
As vendedoras contam que, na década de 1990, o espaço era muito disputado, existindo até fila de espera para ocupar um dos 50 pontos de venda. Pouco a pouco, os comerciantes foram deixando o local, restando apenas três. O que ainda traz alguns clientes é a feira que acontece em frente ao prédio.


Clélia Monasterio, coordenadora de patrimônio histórico da Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor), explica que está em fase de elaboração um projeto de restauro semelhante ao que foi realizado no Mercado dos Pinhões. Mas preferiu não estabelecer prazos para o início das obras, já que apenas depois do projeto concluído terá início o processo orçamentário, seguido de licitação e execução.
Monastério garante que a reocupação do prédio não pretende retirar a feira do local. O projeto prevê que a estrutura continue sendo utilizada como mercado, mas que o lugar seja também um espaço cultural voltado para a gastronomia. “A gente quer que a comunidade se aproprie, mas que faça bom uso desse espaço”, explica.
O Mercado da Aerolândia foi construído na década de 1960. A estrutura de ferro fez parte de outros dois mercados: o Mercado do Ferro – que deixou de existir em 1939 – e o Mercado São Sebastião. A ferragem é de fabricação francesa.
Fonte: jornal O Povo (Reportagem Iane Parente)