Espera no Frotinha da Parangaba
Em artigo no O POVO deste sábado (19), o editor adjunto do Núcleo de Conjuntura do O POVO, Luiz Henrique Campos, comenta a contraditória realidade no atendimento à saúde em Fortaleza com a publicidade da Prefeitura. Confira:
A imprensa, no papel que lhe cabe de ser também uma voz a fazer ressoar os reclamos da sociedade, tem mostrado nos últimos dias verdadeiros dramas vividos por quem necessita de atendimento médico em Fortaleza. Invasão de postos de saúde por falta de médicos, filas quilométricas à espera de atendimento, atrasos em pagamentos de fornecedores e recusa de profissionais para atuar nas unidades públicas revelam quadro de quase falência de um sistema sem perspectivas de melhora.
É bem verdade que os relatos não se limitam à área de abrangência do poder público municipal. Hospitais particulares estão a enfrentar situações parecidas, com direito até a registros de Boletins de Ocorrência em delegacias. Da mesma forma, a péssima qualidade do atendimento de saúde que tem sido prestado nos hospitais públicos, não é exclusividade da capital cearense. O que se lamenta, todavia, é a propaganda enganosa que vem sendo feita, não de hoje, em relação ao setor por parte da gestão municipal.
Antes dos fatos tornados públicos pela imprensa, nos últimos dias, um dos principais argumentos utilizados pela gestão municipal dava conta de que a classe média reclamava por não conhecer o que estava sendo promovido de mudanças positivas em áreas carentes da cidade. Tudo falácia. Recentemente O POVO mostrou que unidades sem médicos são uma constante em qualquer região, jogando por terra o que a gestão tenta passar como exemplo, que são os postos abertos 24 horas.
Como não bastasse, esta semana se constatou que em virtude das carências dos postos de saúde, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) começam a ficar estranguladas, inviabilizando os atendimentos de urgência e emergência para os quais foram criadas. Parceria entre Estado e prefeitura mandou lembrança.
Para finalizar o rosário de notícias negativas sobre o setor, Fortaleza foi agraciada com o segundo posto em número de casos de dengue notificados no País. Aonde vamos parar?

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