O POVO mapeou áreas mais carentes de Fortaleza
Governo após governo, eleição após a outra,
nada muda para a parcela mais miserável de Fortaleza. Com base em
índices oficiais, O POVO mapeou as áreas mais abandonadas da Capital e
mostra a vida dos esquecidos pelos políticos
Saem governantes, elegem-se outros e
nada muda para uma parte de Fortaleza que vive praticamente esquecida
pelo poder público. São recantos de miséria onde Prefeitura e Governo
do Estado, ao longo das sucessivas gestões, parecem não ter chegado. O
resultado do abandono é visto na ausência de serviços básicos. Imagine,
leitor, que na segunda capital mais rica do Nordeste, ainda há gente
que depende de carro pipa ou da chuva para ter acesso à água.
O
dado, de 2010, é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas (IBGE). Um passeio pelas tabelas do órgão revela que por
mais que o discurso político tenha como alvo as famílias mais pobres,
ainda restam espaços desassistidos pelo Estado, por inúmeros motivos –
alguns pertinentes, outros dignos de revolta.
Mesmo em
bairros que gozam de infraestrutura, há comunidades que sucumbem. No
recentemente requalificado Pirambu, por exemplo, 102 domicílios não
possuem energia elétrica, conforme aponta o IBGE. Na Granja Portugal,
106 casas estão nessa situação.
E o que dizer da falta de
banheiros, instalações necessárias à higiene e que, aparentemente, toda
residência da Capital possui? Os números, também referentes a 2010,
são de causar perplexidade: no bairro Siqueira, 147 casas não têm
sanitário. Na Granja Portugal, são 125 residências sem banheiro. No
Genibaú, 114. As necessidades são feitas no solo, em rios ou lagos,
abrindo margem para poluição e doenças.
O POVO
levanta o debate sobre a Fortaleza vulnerável justamente no período
eleitoral, para mostrar que, com o passar dos anos, mesmo com a série
de comícios, passeatas, discursos e pedidos de voto, a classe política
acabou deixando escapar de seus cuidados parcela considerável da cidade
– que não é a maioria da população, mas que nem por isso deve deixar
de ser levada em conta.
Embora, pela atual conjuntura, a
responsabilidade recaia sobre a administração em curso, observa-se que
algumas situações têm origem em um passado bem distante. Nas próximas
páginas, O POVO mostra alguns
detalhes sobre essa Fortaleza dos esquecidos, com os possíveis motivos
que levaram à situação e as expectativas de superação dos rincões de
pobreza que coexistem com o luxo da Capital.
"São recantos de miséria onde Prefeitura e Governo do Estado, ao longo das sucessivas gestões, parecem não ter chegado

Nenhum comentário:
Postar um comentário