Fortaleza é a terceira Capital brasileira com maior cobertura do
Programa Saúde da Família (PSF), atingindo 35% da população, ou seja, 65% não têm acesso ao benefício.
Segundo Lídia Costa, gerente da Célula de Atenção Básica da Secretaria
Municipal de Saúde (SMS), 70% da população da Capital depende,
exclusivamente, do Sistema Único de Saúde (SUS), portanto mais da metade dela está desamparada em relação ao PSF.
Conforme o levantamento, a cidade de Fortaleza fica atrás apenas de
Belo Horizonte, que tem 75% de cobertura e Recife, com 56%. Os dados são
do DataSus, registrados no Cadastro Nacional de Estabelecimento de
Saúde, do Ministério da Saúde.
Outro detalhe importante que deve ser esclarecido, é que essa
estatística é feita com base na população de cada Capital. Ou seja,
Fortaleza, que possui 248 equipes, está à frente de São Paulo, onde 31%
da população está coberta e possui cerca de mil equipes. Mas, é preciso
considerar que, na última, residem 11,2 milhões de habitantes, enquanto,
na capital cearense, há 2,4 milhões. Belo Horizonte, que possui 75% da
população atendida, é menos populosa do que Fortaleza e possui 2,3
milhões de habitantes.
Essa situação, apesar de parecer favorável, mostra o porquê das grandes
filas para atendimento nos postos de saúde, superlotação nos hospitais
secundários e população insatisfeita por conta dos médicos que não estão
conseguindo atender à grande demanda de pacientes.
O psiquiatra e médico de família e comunidade, João Batista, que
trabalha em um Centro de Saúde no bairro José Walter, explica que a
carência de médicos está diretamente ligada às más condições de
trabalho que geraram evasão de mais da metade dos concursados da última e
única a seleção ocorrida em 2006, na Capital.
Estrutura
“Os locais de trabalho apresentam uma estrutura física
deficitária e sem conforto. Além disso, a remuneração em relação a
outras especialidades médicas não é satisfatória. Essa situação gera
desmotivação dos profissionais de saúde”, destaca. Para ele, tudo
poderia ser diferente se o Município proporcionasse postos de saúde
mais confortáveis e um salário que possibilitasse exclusividade do
médico.
Pois, segundo ele, cada médico chega a atender mais de 50 pacientes
por dia, quanto deveria atender apenas 32. “Não dá para se manter tendo
apenas um emprego. Temos que ter mais de dois, às vezes três, para
manter o padrão de vida que queremos”, diz. Diante dessa situação, mais
da metade dos 470 médicos convocados em 2006, já desistiram de trabalhar
no PSF. Agora só existem 248.
Para Lídia Costa, gerente da Célula de Atenção Básica da Secretaria
Municipal de Saúde (SMS), a desistência do cargo faz parte de uma
questão cultural dos médicos brasileiros. Segundo ela, os profissionais
preferem ser especialistas e trabalhar em seus próprios consultórios do
que ficar 40 horas semanais sendo generalistas em postos.
Conforme ela, o salário de um médico do PSF na Capital é bastante
satisfatório variando de R$ 8 mil a R$10 mil, por mês, de acordo com
cada regional. Portanto, a justificativa salarial não deveria ser usada
como desculpa para evasão dos profissionais. Ela reconhece a falta de estrutura de algumas unidades,
mas destaca que a Prefeitura recebeu uma verba de R$ 8,2 milhões para
ser usada na reforma imediata de 58 dos 92 centros de saúde. Essa
reforma, segundo ela, deve melhorar o conforto do atendimento até o fim
do ano.
Conforme Lídia Costa, houve uma mudança nas regras do Ministério da
Saúde e, a partir deste semestre, médicos concursados de 20 horas dos
municípios poderão aderir ao PSF. Em Fortaleza, 220 profissionais devem
receber o convite, dentre eles 80 pediatras e 45 ginecologistas. Os
demais são clínicos gerais.
Segundo a gerente, o Município mantêm 70% do programa com recurso
próprio, e o Governo Federal envia 30%. Conforme ela, está havendo um
diálogo entre o Ministério da Saúde e a Presidência a fim de aumentar
esse valor para 40%. Então, de acordo com Lídia, a expectativa é que,
até dezembro, a cobertura do PSF chegue a 50% na Capital.
Fonte: jornal Diário do Nordeste (Reportagem Karla Camila)
Fortaleza is the third Brazilian capital with greater coverage of the Family Health Program (PSF), reaching 35% of the population, ie 65% have no access to money. According to Lidia Costa, manager of the Primary Cell of the Municipal Health Department (MHD), 70% of the population of the Capital relies solely on the Unified Health System (SUS), so more than half of it is helpless against the PSF.
ResponderExcluirAccording to the survey, the city of Fortaleza is second only to Belo Horizonte, which has 75% coverage and Recife, with 56%. Data are Datasus, registered in the National Register of Health Facility, the Ministry of Health
Another important detail that must be clarified is that this statistic is based on the population of each capital. That is, Fortaleza, which features 248 teams, are ahead of Sao Paulo, where 31% of the population is covered and has about a thousand teams. But we must consider that, in the latter, 11.2 million people reside, while in Fortaleza, there are 2.4 million. Belo Horizonte, which owns 75% of the population served is less populous than Fortaleza and has 2.3 million inhabitants.
This situation, despite a favorable opinion, shows why the long lines for care in health care, overcrowding in secondary hospitals and population dissatisfied because doctors are failing to meet the large demand of patients.
The psychiatrist and family doctor and community, John the Baptist, who works at a health center in the district Joseph Walter explains that the shortage of doctors is directly linked to poor working conditions that led to evasion of more than half of the last and gazetted single selection occurred in 2006 in the Capital.
Structure
"Workplaces have a physical infrastructure deficit and without comfort. In addition, compensation in relation to other medical specialties is not satisfactory. This situation creates motivation of health professionals, "he says. For him, everything would be different if the city would provide health facilities more comfortable and a salary that would enable the physician exclusivity.
Well, he said, every doctor gets to meet more than 50 patients per day, as it should serve only 32. "You can not keep having just a job. We must have more than two, sometimes three, to maintain the standard of living we want, "he says. Given this situation, more than half of 470 physicians convened in 2006, have given up working in the FHP. Now there are only 248.
For Lidia Costa, manager of the Primary Cell of the Municipal Health Department (MHD), the withdrawal of the post is part of a cultural issue of Brazilian physicians. She said the experts and professionals prefer to be working in their own practices than to be 40 hours per week in positions being generalists.
According to her, the salary of a doctor in the capital of the PSF is quite satisfactory ranging from $ 8,000 to $ 10,000 per month, according to each region. Therefore, the justification wage should not be used as an excuse to escape from the pros. She recognizes the lack of structure in some units, but notes that the City received a grant of $ 8.2 million to be used in the immediate reform of 58 of the 92 health centers. This reform, she said, should improve the comfort of the service until the end of the year.
As Lidia Costa, there was a change in the rules of the Ministry of Health and, starting this semester, 20 hours medical gazetted municipalities may join the PSF. In Fortaleza, 220 professionals should be invited, among them 80 gynecologists and 45 pediatricians. The others are general practitioners.
According to the manager, the municipality keeps 70% of the program using its own, and the Federal Government sends 30%. As she is having a dialogue between the Ministry of Health and the Presidency in order to increase this value to 40%. Then, according to Lydia, it is expected that by December, the FHP coverage reaches 50% in the Capital.
Source: Diario do Nordeste (Reporting Karla Camila)