Em artigo no O POVO deste sábado (28), a arquiteta e
urbanista, professora e pesquisadora da Universidade de Fortaleza,
Fernanda Rocha, comenta a “falta de acesso ao transporte público, de
fluidez e segurança na circulação de pedestres, ciclistas e veículos, e
de liberdade na escolha do modo de locomoção”. Confira:
Considerando-se a sensível precariedade das condições atuais de mobilidade urbana na cidade de Fortaleza, faz-se imperativo o debate acerca do seu caráter essencial, e das implicações dela decorrentes na qualidade de vida de todos os cidadãos fortalezenses.
Posto em relevo que a mobilidade vai além da visão corrente de mero deslocamento, deve-se compreendê-la, a partir das ideias do geógrafo Jacques Lévy, como a relação social ligada à possibilidade da mudança de lugar, reforçando ainda mais a imprescindibilidade de uma atenção redobrada em sua abordagem, dado que se trata de um conjunto complexo, envolvendo diferentes atores, atividades, escalas, espaços, modalidades, tempos, entre outros.
http://blog.opovo.com.br/blogdoeliomar/por-uma-efetiva-mobilidade-urbana/
Considerando-se a sensível precariedade das condições atuais de mobilidade urbana na cidade de Fortaleza, faz-se imperativo o debate acerca do seu caráter essencial, e das implicações dela decorrentes na qualidade de vida de todos os cidadãos fortalezenses.
Posto em relevo que a mobilidade vai além da visão corrente de mero deslocamento, deve-se compreendê-la, a partir das ideias do geógrafo Jacques Lévy, como a relação social ligada à possibilidade da mudança de lugar, reforçando ainda mais a imprescindibilidade de uma atenção redobrada em sua abordagem, dado que se trata de um conjunto complexo, envolvendo diferentes atores, atividades, escalas, espaços, modalidades, tempos, entre outros.
http://blog.opovo.com.br/blogdoeliomar/por-uma-efetiva-mobilidade-urbana/
Ainda assim, poderíamos elevar qualitativamente os indicadores da
mobilidade urbana em Fortaleza se nos fosse pelo menos garantida a
efetividade do Plano Diretor Participativo (PDP For), em vigor desde
2009, no qual a acessibilidade e a mobilidade estão elencados dentre
seus objetivos. Um capítulo específico é destinado a tratar da política
de mobilidade urbana na Cidade, organizado em seis seções, versando
mesmo que de maneira menos abrangente, de alguns de seus componentes:
acessibilidade, sistemas de circulação, viário e de transportes. Ali já
estava previsto um prazo de dois anos para elaboração e implementação do
Plano Diretor de Mobilidade Urbana de Fortaleza, do qual até hoje, só
se ouvem promessas.
Enquanto isto, vivenciamos no cotidiano a falta de acesso ao
transporte público, de fluidez e segurança na circulação de pedestres,
ciclistas e veículos, e de liberdade na escolha do modo de locomoção,
apenas para citar alguns dos problemas relacionados à questão da
mobilidade urbana.
Resta então, a nós cidadãos, certa sensação de descrédito nas ações
dos gestores públicos, especialmente quando somos impactados a todo o
instante por diversas obras de infraestrutura viária, sem sabermos ao
certo como se relacionam ou se foram planejadas considerando
perspectivas futuras, a partir de visões estratégicas e integradas aos
demais componentes deste grande sistema que é a cidade.
Torna-se necessária uma cobrança enfática, principalmente no momento
em que o período eleitoral se aproxima, para que os candidatos a futuros
gestores assumam compromissos no sentido de garantir a efetivação desta
política e de seus desdobramentos em planos e ações concretas, mas
relacionadas, sob pena de que não estejamos novamente diante de mais uma
“letra morta” a ilustrar o histórico de planejamento urbano, no qual as
leis não se aplicam de fato. Ou será que ficaremos limitados a uma
“deficiência cívica”, no dizer de Milton Santos, assistindo passivamente
a deriva de uma cidade que se faz ao sabor de todo tipo de intempéries?
Acorda Fortaleza!
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