quarta-feira, 4 de abril de 2012

Frotinha da Parangaba é alvo de denúncias



Dezenas de pacientes chegam a esperar mais de oito horas por uma consulta médica. A falta de materiais, como maca, infraestrutura regular e higienização duvidosa são os outros problemas apontados pelo Simec
FOTO: FABIANE DE PAULAO


hospital conta, hoje, com apenas oito médicos. Cerca de 200 pacientes são atendidos por dia na unidadeMais uma vez a saúde pública prestada em Fortaleza é colocada em xeque. Dessa vez, os problemas se concentram no Frotinha da Parangaba. Falta de profissionais, demora no atendimento, infraestrutura em condições duvidosas e sujeira foram relatados em um Boletim de Ocorrência (B.O.) aberto, ontem, pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), José Maria Pontes.“O hospital está sucateado. Faltam macas e materiais e os pacientes ficam aguardando horas, ou até mesmo dias, em uma cadeira de plástico. Chega a faltar sabão para lavar as mãos”, informa José Maria Pontes. O presidente do Simec afirma que, em um plantão de 12 horas, um único médico chega a atender 200 pacientes. “Além disso, tem a sujeira, que representa risco de infecção hospitalar”. O médico afirma ter fotos que comprovam as denúncias. Aguardando atendimento no Frotinha por cerca de oito horas, a estudante Geissiani Sousa, 18 anos, era uma das dezenas de pessoas que persistiam por uma consulta médica. “Tem gente aqui que chegou de manhã e não almoçou”, conta.Sobre a falta de profissionais, o diretor do Frotinha, Messias Simões, afirma que houve uma baixa de nove médicos em dois meses e que a demanda de 200 pacientes por dia é causada pela falta de assistência a pacientes na atenção básica. Para se ter um funcionamento mínimo, ele comenta que seria preciso 72 profissionais. Hoje, o hospital conta com oito médicos. Desde 2008, a unidade espera por reformas.A respeito da deficiência de materiais, o diretor diz que já foram solicitados novos equipamentos. Sobre a higienização, Simões afirma não ter conhecimento. “Mas as possíveis deficiências serão apuradas”, diz. O presidente do Simec informa que foi enviado ao Ministério Público documento com as denúncias. A promotora de Justiça de Defesa da Saúde Pública, Isabel Porto, ressalta que já foi instaurado procedimento, pedindo resposta da Prefeitura e da direção do hospital. Simões diz ainda não ter sido avisado.Está marcada, para a próxima segunda, assembleia-geral com o Simec, médicos da unidade e o Conselho Regional de Medicina. Jéssica PetrucciRepórter

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