domingo, 22 de abril de 2012

Superlotação e carência de equipamentos em hospital municipal vira caso de polícia - 03.04.2012

Pacientes reclamam da qualidade e da demora no atendimento FOTO: KLÉBER A. GONÇALVES
“É um campo de batalha. O plantão de domingo foi um verdadeiro caos. Não há condições de trabalho”. É assim que o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), José Maria Pontes, refere-se a situação do Hospital Distrital Maria José Barroso de Oliveira – o Frotinha da Parangaba -, onde trabalha. A situação limite fez José Maria sair do hospital, ontem pela manhã, e ir direto ao 5º Distrito Policial (DP) para registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.), denunciando as deficiências no atendimento prestado pela unidade de saúde.
Segundo ele, o prédio apresenta uma série de problemas estruturais, como paredes mofadas, ralo dos banheiros abertos e infiltrações nos aparelhos de ar-condicionado. Além disso, José Maria denuncia que o material cirúrgico está sucateado e falta sabão para assepsia das mãos dos profissionais e papel higiênico.

José Maria Pontes relata que, em alguns momentos, pessoas em situação grave precisam ficar aguardando atendimento em cadeiras por falta de macas. “Isso fere a dignidade humana”, opina. Tudo isso estaria gerando insatisfação dos médicos que trabalham no hospital. “Três clínicos concursados já pediram para sair. O médico tem sentimento e sente-se impotente diante desse quadro”, desabafa.
Pacientes
Na outra ponta, estão os pacientes, que também reclamam do atendimento prestado no Frotinha da Parangaba. A costureira Maria Inácia da Silva, 54, afirma que, após sete horas de espera, não havia previsão de atendimento. “Estou com muita dor nas costas. E nem café da manhã eu tomei, esperando ser atendida”, relata. Outra reclamação dos usuários é que, na tarde de ontem, foram três horas sem nenhum paciente ser atendido, por falta de clínico-médico. “Agora, só vai ter médico à noite”, relata a dona de casa Jovenila Soares, 54.
A situação incomoda até os funcionários do hospital. “Por falta de médico, são poucos os exames solicitados aqui (no Frotinha da Parangaba). A maioria vem dos postos de saúde”, explica a digitadora Graça Cunha, que trabalha no laboratório do hospital.
O POVO questionou se os pacientes não buscaram, antes, atendimento nos postos de saúde. Como resposta, muitas críticas ao funcionamento da atenção básica. “O posto de saúde lá do Canindezinho não serve para nada, não tem nem aerosol”, reclama a aposentada Maria Lucinalva Rodrigues, 63, que procurou o hospital com crise de asma. “Eu fui ao posto de saúde da Granja Lisboa e não tem médico”, acrescenta Jovenila Soares. Assim, só restava buscar atendimento na rede de média complexidade.
Fonte: jornal O Povo (Reportagem Geimison Maia)

 "It's a battlefield. The duty on Sunday was chaos. There are no conditions of employment. " This is how the president of the Association of Physicians of Ceará (Simec), Jose Maria Pontes, refers to the situation of the District Hospital José Maria de Oliveira Barroso - the Frotinha of Parangaba - where he works. The extreme situation did Jose Maria left the hospital yesterday morning, and go straight to the 5th Police District (DP) to register a police report (BO), alleging deficiencies in care provided by health unit.
He said the building has a number of structural problems such as moldy walls, the toilets open and drain leaks in air conditioning. In addition, Jose Maria complains that the surgical material is scrapped and lack soap for cleansing the hands of professionals and toilet paper.
Jose Maria Bridges reports that in some instances, people in distress need to be still waiting in chairs for lack of stretchers. "It hurts human dignity," opines. All this would generate dissatisfaction among doctors working in the hospital. "Three clinical gazetted already asked to leave. The doctor is feeling and feels powerless in this situation, "he complained.
Patients
At the other end are the patients who also complain about the care provided in the Frotinha Parangaba. The seamstress Maria Ignacia da Silva, 54, says that after seven hours of waiting, there was no prediction service. "I'm really back pain. And no breakfast, I took, waiting to be served, "he says. Another complaint from users is that, yesterday afternoon, were three hours with no patients being attended to, for lack of clinical physician. "Now, they'll only doctor at night," says the housewife Jovenila Smith, 54.
The situation bothers to hospital officials. "For lack of a physician, few exams here (in the Frotinha Parangaba). Most comes from the health centers, "explains the typist Grace Cunha, who works at the hospital laboratory.
The People questioned whether the patients did not seek, rather, in health care. In response, many critical to the functioning of primary care. "The health post Canindezinho there's no good, there's no aerosol", claims the retired Lucinalva Maria Rodrigues, 63, who came to hospital with asthma. "I went to the health of the Farm Lisbon and has no doctor," Smith adds Jovenila. Thus, there was only seeking care in the network of medium complexity.
Source: The People newspaper (Reporting Geimison Maia)


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